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Curso técnico aumenta chance de uma vaga no mercado de trabalho

Fazer um curso técnico é uma ótima opção para quem quer se especializar para o mercado de trabalho. Uma faculdade pode ser mais abrangente, mas o curso técnico é mais rápido – com uma duração média de dois anos – e a capacitação oferecida direciona especialmente para o mercado de trabalho.

Para quem está procurando o primeiro emprego ou uma qualificação, os cursos técnicos podem ser um atalho. Em São Paulo, a maioria dos alunos sai do curso com vaga garantida

Vestir o jaleco branco é um orgulho para a estudante do curso técnico de enfermagem Fernanda Kay Vianna Paulo. Depois de um semestre de aulas, ela já tem estágio garantido e passou num concurso público graças ao curso técnico que está fazendo. Entrar não foi fácil. “O curso que eu escolhi, que é enfermagem, ele é bem concorrido. Atualmente, são mais ou menos 30 candidatos por vaga”, diz.

Para chegar lá, muita gente trocou parte das férias pelas aulas de cursinhos e as provas para as escolas técnicas. “Vou fazer o integrado, que de manhã é o ensino médio e de tarde é o curso que eu escolhi, que, no caso, foi administração”, conta Bianca Cristina Santos, de 14 anos.

“Eu estudo de manhã normal numa escola pública, e de tarde, de noite eu vou para o curso”, diz outra estudante.

A chance de ter logo uma profissão e um ensino de qualidade tem atraído muitos alunos de escolas particulares. “Se você passar nesse vestibulinho, você tem muito mais vantagem para entrar no mercado de trabalho”, afirma Lucas França, de 14 anos.

Para muitos, o trabalho técnico pode até ajudar a bancar a faculdade depois. “Ganhar uma experiência de vida para poder ir para a faculdade um pouquinho melhor”, diz Mateus Assis Ribeiro, de 15 anos.

Mas esse entusiasmo poderia contagiar muito mais gente. Das 54 milhões de pessoas que poderiam cursar o técnico de nível médio no Brasil, só pouco mais de dois milhões seguiram esse caminho. Dá menos de 4% no último levantamento do IBGE

“Quando você vai para a Europa, você encontra os países, entre Portugal, Espanha e Alemanha numa faixa que vai que vai de 30% a 50%. Ou seja, nós estamos numa situação desconfortável do ponto de vista estatístico no que diz respeito à preparação do jovem para uma cidadania mais plena, que passa pela sua profissão”, afirma o coordenador de ensino médio e técnico Almério Melquíades de Araújo.

As coisas podem até vir de bandeja, mas, por trás de todos os produtos e serviços que consumimos no dia a dia, existe a necessidade de profissionais que dominem o ofício. E é dessa necessidade que nascem os cursos técnicos. Um exemplo é o mais recente criado em 2018 em São Paulo: o da produção de vidro.

Os veteranos de uma fábrica ajudaram a montar o curso, o laboratório e treinar os professores que vão ensinar o jeito moderno de trabalhar essa matéria prima milenar. “Vamos ter 40 vagas. Esperamos realmente captar parte dessa mão de obra, mas essa escola será um celeiro de mão de obra especializada para todas as fábricas de vidro no Brasil”, diz o diretor industrial Morvan dos Santos Ladeira.

Moldar um profissional qualificado que ajude a melhorar a produtividade do país é o objetivo dos cursos técnicos. E a notícia mais quente é que 70% dos alunos que se formaram em São Paulo conseguiram emprego no primeiro ano depois da escola.

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