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Estudo com trabalhadores brasileiros descobriu que quatro em cada dez profissionais em cargo de chefia não dominam a escrita e a leitura.

Procuram-se jovens em início de carreira. As empresas exigem uma série de competências: tecnologia, conhecimentos gerais, cálculo. Mas a maioria dos candidatos derrapa no teste de português.

“É bastante preocupante; 60% deles não têm nota maior do que 6 nesse teste”, diz a administradora de empresas Denise Asnis.

Até sair para procurar um emprego melhor, a Angélica nem imaginava.

“Eu tive um choque, vamos dizer assim, porque eu percebi que eu não estava preparada”, disse estudante de psicologia Angélica Correia da Silva.

Não é só uma questão de saber ler e escrever ou não. Existem vários níveis de alfabetização. O último levantamento feito com brasileiros indica que só 4% são analfabetos; 23% conseguem ler uma mensagem simples como uma placa de sinalização. A maioria, quase a metade (42%), entende um texto básico, um post na rede social.

Agora, menos de um quarto (23%) dos brasileiros vai sair de uma farmácia depois de comprar um remédio e compreender a bula, considerada um texto científico. E uma pequena parte é alfabetizada sem qualquer limitação, o que significa chegar em uma banca de jornal, escolher um artigo e conseguir entender o que é uma ironia ou uma opinião.

É por isso que os especialistas em educação dizem que esse é um processo de uma vida inteira.

As limitações podem chegar ao topo da carreira, explica Ana Lúcia Lima, coordenadora do Indicador de Analfabetismo Funcional. Quatro em cada dez profissionais em cargo de chefia falham na hora de ler e escrever.

“O Brasil demorou muito para escolarizar, para universalizar sua educação. Boa parte das crianças que estão na escola hoje é a primeira geração que está chegando no ensino médio, muitas delas são a primeira geração que está chegando no ensino superior. Se você cresce em um ambiente que não estimula a compreensão e o desenvolvimento dessas habilidades, você claramente vai depender muito mais da própria escola para resolver aquilo que outros grupos sociais já trazem de casa”, disse ela.

A Carol cresceu rápido na rede de hotéis. Em dez anos, passou a coordenar a recepção e trocar e-mails com clientes e fornecedores.

“Nessa resposta de e-mail, o meu gestor sempre me procurava para corrigir algumas frases erradas. Português é tudo, a gente precisa sim para se comunicar, é uma base, superimportante e, lá atrás, se não tiver essa base, quando chegar lá na frente você tem que voltar”, admite Carolina Lima, supervisora de hospedagem.

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